Nação Rubro – Negra! Preste bem a atenção nas fotos dos jogadores em destaque neste tópico e nos próximos 2 tópicos da Coluna do Zeca Urubu. Reconhece alguém? Reconhece pelo menos 5 dos 12 primeiros jogadores destacados? Se sim, você sabe do que eu vou falar. Se não, você entenderá a seguir.
Faz tempo que a seguinte frase “Craque o Flamengo faz em casa” deixou de fazer sentido para a torcida, mas lhes falo, não foi por falta de talento nas categorias de base, pois de 2004 para cá ganhamos quase tudo que era possível na base. Talento sempre teve, o que falta é estrutura, valorização e oportunidade.
As únicas vezes que demos atenção a categoria de base foram em ano de crise no futebol, como em 2005 e 2010, que nos revelaram as duas últimas promessas aproveitadas na Gávea, Renato Augusto (2005) e Diego Maurício (2010). Não acho que temos que esperar anos de crise para olharmos para a base, podíamos aproveitar melhor a base e valorizá-la, mas ao invés disso preferem gastar em contratações arriscadas e trazer jogadores que já estão na fase descendente de suas carreiras.
Deixe agora eu lhes passar as informações, em 3 partes, sobre esses jogadores revelados na base do Flamengo, e como eles foram tratados na Gávea:
1º) Fellype Gabriel: Grande promessa chegou ao profissional em 2004, meia armador habilidoso e rápido logo levantou esperança da nação rubro-negra, porém após alguns jogos nos profissionais demonstrou falta de preparo físico e sofreu coma grande exaustão nos jogos, culminando em ânsias e vomitos ao fim dos jogos ou nos intervalos. Essa informação foi vazada para a imprensa e logo ele ganhou o apelido de “garoto-vomito”. Perdeu espaço, sofreu com algumas lesões e foi emprestado em várias ocasiões (ocasiões essas que sempre se destacou pelo bom futebol e habilidade apresentados). Voltou ao Flamengo em várias ocasiões, mas não foi aproveitado em nenhuma, até chegar num acordo e sair de graça para a Portuguesa. Hoje é titular do Kashima Antlers, do Japão.
2º) Vinícius Pacheco: Meia atacante, ou antigo ponta-de-lança, se destacava pela velocidade e habilidade, chegou aos profissionais em 2004/05, recebendo poucas chances em jogos. Em 2006 caiu nas graças do técnico Waldemar Lemos durante a Copa do Brasil, porém com a mudança de técnico (Ney Franco) perdeu espaço com o novo esquema tático, que valorizava os laterais e mantinha o meio campo recheado de volantes. Acabou sendo emprestado ao Paraná, depois ao Figueirense, com boa passagem em ambas as equipes. Voltou ao Flamengo em 2010, sem esperança de ser utilizado e esperando para ser emprestado novamente, porém recebeu a oportunidade de substituir o ídolo Petkovic (dada por Andrade) e ganhou uma nova oportunidade. Vinha bem, até o Flamengo começar a mudar de técnicos, o primeiro (Rogério Lourenço) só o utilizou como atacante, e com as más atuações a torcida pegou no seu pé, o segundo (Silas) já chegou conversando com ele, deu a palavra que seria usado novamente como meia ofensivo, porém acabou sendo emprestado novamente para o Figueirense, pois o técnico desistiu de utilizá-lo. Hoje está no fim do empréstimo ao Figueirense e retornará a Gávea, resta saber se será utilizado ou emprestado novamente.
3º) Fabiano Oliveira: Mais um da geração de 2004/05, atacante veloz, nunca teve grandes chances no Flamengo. Encostado acabou por emprestado ao Goiás, em 2007, onde alternou bons e maus momentos. Em 2008 foi para o futebol português, jogar pelo Nacional da Ilha de Madeira, onde teve uma passagem regular até 2009, quando foi emprestado ao Giresunspor, da Turquia, onde jogou a segunda divisão nacional. Em 2010, no intervalo da Copa do Mundo, acertou seu retorno a Gávea, porém (apesar da falta de atacantes no elenco) o Flamengo o emprestou novamente para a segunda divisão do futebol turco, o Boluspor, onde está atualmente. Detalhe: Foi campeão pela seleção brasileira sub-20 do Sul-Americano de 2007 no Paraguai, ao lado de Alexandre Pato.
4º) Rômulo: Volante, capitão nas categorias de base (da equipe tricampeã carioca de 2005 a 2007), ganhou chances no profissional em 2007 com Joel Santana e vinha fazendo bem seu papel, quando sofreu uma grave lesão no ombro que o afastou dos gramados por quase um ano. Em seu retorno de lesão não encontrou espaço no time dirigido por Caio Júnior (pois o time já era recheado de volantes) e foi emprestado ao Paraná para a disputa da segunda divisão. Em 2009 foi emprestado ao Figueirense, mas pouco aproveitado, foi dispensado, voltando a Gávea, onde ficou encostado e treinando em separado, sem chances com os técnicos Cuca e Andrade. Em 2010, assim que o Rogério Lourenço assumiu a equipe, o reintegrou e deu-lhe a titularidade num jogo importantíssimo da Copa Libertadores da América, se saiu bem, mas no primeiro tropeço em campo foi afastado pelo mesmo técnico que o reintegrou. Perdeu espaço novamente e acabou sendo emprestado ao Atlético – GO para restante da temporada. Hoje deve retornar a Gávea e esperar para ver se será aproveitado pelo clube, ou se será novamente emprestado.
5º) Renato Augusto: Talvez o mais talentoso de todo este grupo, o mais (ou seria o único) valorizado desta galeria. Um meia armador excelente, porém nunca utilizado nesta função no Flamengo. Foi volante, atacante e até lateral, mas como meia foi pouco utilizado, e quando ocorria se destacava. Revelado durante as finais da Copa do Brasil 2006, Renato Augusto aproveitou um momento de crise no Flamengo (apesar de estar na final da Copa do Brasil, o Flamengo por pouco não fora rebaixado no estadual) para aparecer como grande promessa no Flamengo e ganhar o carinho da torcida e dos dirigentes. Foi tratado como jóia a ser lapidada durante toda sua passagem pelo Flamengo. Foi campeão da Copa do Brasil 2006, bicampeão carioca 2007/08 e participou de duas Copas Libertadores da América (2007/08). Em meados de 2008 foi vendido ao Bayer Leverkusen por R$ 25 milhões, onde está até hoje e é destaque da equipe alemã, despertando interesse de vários clubes europeus.
6º) Paulo Sérgio: Atacante rápido e oportunista, joga muito bem pelos flancos, não teve grandes chances entre os titulares do Flamengo. Estreiou entre os profissionais em 2007, agradou e foi integrado ao elenco, mas bastou um par de atuações razoáveis para perder completamente as oportunidades. Em 2008 voltou para a base e não recebeu chances no elenco principal. Em 2009 foi emprestado ao Figueirense, onde se saiu bem, inclusive queriam renovar o empréstimo, mas o Flamengo com carência no setor ofensivo, em 2010, não aceitou. Ganhou nova chance e não desperdiçou, porém foi novamente alijado do grupo, sem receber maiores explicações, o que favoreceu o empréstimo ao clube português, o Estoril, onde permanece até hoje.
7º) William Amendoim: Uma das grandes promessas da base rubro-negra, nunca recebeu uma boa chance no elenco principal. Meia – Atacante, ponta de lança, habilidoso, cruza bem as bola na área, além da boa troca de passes. Visto como grande promessa na base, não conseguiu espaço no time profissional, o qual só fez até hoje um jogo não amistoso, chegou a ser comparado com Robinho por seu estilo abusado de partir para cima do adversário, mas uma lesão no joelho em 2007 o afastou dos gramados pelo resto da temporada. Em 2008 sem qualquer espaço no elenco principal começou sua passeatas por clubes do Rio, sendo emprestado ao Madureira, Macaé, Bonsucesso, Americano até ser emprestado para se recuperar no CFZ, de onde voltou para o Flamengo, mas segue sem chances entre os profissionais.
8º) Rodrigo Arroz: Zagueiro alto e com bom cabeceio. Estreiou em 2005 nos profissionais, teve várias oportunidades de se firmar como titular, porém não conseguiu fazer frente a Ronaldo Angelim, Irineu, Fábio Luciano, Fernando e outros. Neste caso, não houve falta de oportunidade, pois fez mais de 70 jogos pelo Flamengo até 2008, quando foi vendido ao Belenenses, de Portugal, onde está até hoje.
9º) Vander Sacramento: Talvez o maior talento desperdiçado na Gávea desde de Nélio em 2000-2002. Você não deve saber que é esse, mas eu lhr digo. Este é um meia armador, que joga tanto no meio quanto nas pontas, muito habilidoso, com ótima visão de jogo e com ótimos passes em profundidade. Um talento abandonado. Vander é o inventor do drible “lambreta invertida”, em que se consiste em dar um drible lambreta, porém de costas para o adversário. Hábil e rápido, sofreu com as faltas de oportunidades, o elenco inchado do Flamengo não permitiu a passagem tão esperada para os profissionais. Em 2007 disputou o mundial de clubes júnior e comandou a equipe rubro-negra na campanha em que ficou em 3º lugar, ao perder a semi-final para o Manchester United e
vencer o Milan na decisão do 3º lugar. Chegou a ser emprestado para o América e ao Duque de Caxias, mas não teve oportunidades. Este talento só ficou sendo conhecido da torcida rubro-negra que tenha acompanhado o Campeonato Brasileiro sub-23 deste ano, pois ele jogou ao lado de outros jogadores encostados. Hoje ainda está na Gávea, treinando em separado do elenco principal, esperando que um dia venha a oportunidade tanto esperada.
10º) Bruno Mezenga: Artilheiro das categorias de base, atacante de porte e força, finalizador, porém sofreu uma grande pressão pela expectativa que se tinha dele com a camisa do Flamengo. Com poucas oportunidades entre 2005 e 2007, e em todas elas não balançou as redes, acabou sendo emprestado ao Fortaleza, depois ao Macaé, para o carioca, e ao Orduspor, da segunda divisão turca, em 2008. Em 2009 voltou a Gávea, onde teve que assumir a responsabilidade de substituir o lesionado Adriano, onde novamente não fez gols, mas com isso participou da conquista o brasileiro. Em 2010, finalmente desencantou, no estádio Raulino de Oliveira, onde fez os 4 gols como profissional do Flamengo, mas logo ficou no banco, por conta do ataque formado por Adriano e Vágner Love, que ficou conhecido como “Império do Amor”. Após a queda do império, se imaginava que, pela falta de atacantes no elenco, Bruno Mezenga receberia maiores chances, porém, inexplicavelmente, o Flamengo acerta o empréstimo de seu único atacante de ofício que restou, empréstimo de um ano para o Legia Varsóvia da Polônia.
11º) Vinícius Colombiano: Volante moderno que trabalha bem a bola. Não teve oportunidades no elenco principal, mesmo sendo apontado como uma grande promessa da base. Enfrentou a grande concorrência no setor, pois o elenco principal do Flamengo tem vários volantes já a muito tempo, com isso não se abriu espaço para que ele tivesse oportunidade. No início deste ano se transferiu para o Botafogo, mas não tem sido utilizado, chegou a ser emprestado ao Botafogo de Ribeirão Preto e posteriormente ao Duque de Caxias, mas deve retornar ao Botafogo no início do ano.
12º) Egídio: Tido como o futuro substituto de Juan na lateral esquerda, Egídio teve uma estreia fraca no elenco principal em 2006, e acabou emprestado, em 2007, para o Paraná, onde teve boas atuações que o levaram de volta a Gávea. Porém em um jogo que atuou muito mal, recebeu um esporro (gigantesco) do capitão Fábio Luciano, que acabou o queimando com a torcida. Resultado, foi emprestado novamente, só que desta vez ao Figueirense, onde novamente atuou bem e foi classificado como um dos melhores laterais esquerdos da segunda divisão, porém o sucesso no clube catarinense não foi o suficiente para lhe garantir o retorno ao rubro-negro carioca. Em 2010 acabou sendo emprestado ao Vitória, onde também se destacou, principalmente na campanha da Copa do Brasil, em que foi vice-campeão, perdendo para o Santos de Neymar, Ganso e companhia. Dadas as boas atuações, que resistiram até ao descenso da equipe baiana, está cotado para retornar ao Flamengo no ano que vem, com a grande possibilidade de ser utilizado.
Esta é a primeira parte dos maus tratos as jovens promessas que passaram recentemente e/ou ainda estão no Flamengo (encostados). Ainda faltam duas partes para encerrar está “denuncia” de como é tratado o “futuro” do Flamengo.
Só para lembrar-lhes: Neymar, Ganso, Pará, Wesley, Alan Patrick (Santos), Lucas, Lucas Gaúcho (São Paulo), Caio (Botafogo), Diego Renan (Cruzeiro), Giuliano, Leandro Damião (Internacional), Victor, Adilson (Grêmio), Tarta, Alan (Fluminense), Messi, Xavi, Iniesta, Pedro, Busquets (Barcelona); todos eles tem algo em comum, ao ficarem sem solução, olharam a base e acharam a melhor solução.
Devíamos voltar a incentivar os garotos da base! Até o fim da década de 90 tínhamos total paciência com os jogadores vindo da base, devíamos voltar a fazer isso.